05
Mar 09
publicado por hoogavermelho, às 11:31link do post | comentar

 

 
 
1. Falência “técnica”, um mito de muitos escritos
 
Vários jornalistas e comentaristas de jornais, rádios e tv.s, escrevem ou falam, em título ou subtítulo, que as SAD.s dos três grandes estão em falência técnica. A única explicação, não explícita mas implícita, que se pode recolher do arrazoado desenvolvimentista é o de que os seus capitais próprios estão muito aquém do que preceitua o artigo 35º do Código das Sociedades Comerciais.
 
Mas onde é que o preceito citado fala em falência, técnica, ou não técnica, quando se verifique estar perdido metade do capital social?!
O preceito fala de dissolução e dissolução é algo muito diferente de falência!
A dissolução de uma sociedade não tem nada a ver com falência! Uma sociedade pode ser dissolvida e estar em pleno desenvolvimento económico-financeiro!
 
Toda a gente fala no artigo 35º do CSC. Mas será que esse artigo estará em vigor?!
Não nos referimos ao facto de ninguém o aplicar, não estamos a sugerir o deixa andar típico de muita coisa em Portugal!
Estamos a referir-nos mesmo à sua vigência legal!
 
Toda a gente do tal futebol falado mas não sabido, de que falava há pouco Queiroz, fala também muito em falência, falência, falência técnica, falência, falência técnica!...
Mas, consagrado na lei, já não existe o termo e o conceito de falência!!!
Já não há declarações de falência!!!
Já não há administradores de falência!!!
Já não há massas falidas!!!
 
 
 
2. As “meias verdades” do jornal “A Bola”
 
O jornal “A Bola” on line (outro não se lê) apresentou uma notícia tendenciosa e mistificou alguns números, ou por ignorância, ou por desleixo, ou por má-fé.
Quanto à notícia tendenciosa, apresentou os passivos e escondeu os activos correspondentes.
Foi para se ficar a saber que o passivo da SAD do Benfica é o maior?!
 
De acordo com os números apresentados, isso é óbvio. Mas que número são esses?!
É então que a tendenciosidade de “A Bola” se combina com a mistificação dos números.  
 
As SAD.s do FCP e do SCP agregam outras sociedades do grupo, para embelezar os números. Fazem crescer os números das receitas e escondem os números das despesas e ou dos passivos que lhes não interessam.
Os números da SAD do Benfica são mesmo só da SAD, em receitas e em despesas, em activos e em passivos.
 
O mesmo se passa na apresentação das contas anuais. O Benfica apresenta o consolidado de todo o grupo.
O Sporting e o FCP apresentam apenas as contas das SAD.s, juntando-lhe os números de outras sociedades do grupo, mas apenas os números que mais lhes interessa apresentar.
Por que é que “A Bola” não pede as contas consolidadas de todo o grupo, do FCP e do SCP? Então é que ela iria ver os números dos diversos passivos ou, se preferir, os números dos passivos totais! Talvez depois não fosse tão lesta a apresentá-los!...
 
De toda a maneira, se “A Bola” apresentou os números daqueles passivos, podia apresentar também os correspondentes activos.
 
 
SLB
SCP
FCP
PASSIVO
147,3
141,9
143,5
ACTIVO
161,1
137,0
156,9
CAP. PRÓPRIOS
13,8
- 4,9
13,4
em milhões de euro
 
E podia-se comparar, como é fácil! Ver-se-ia que os capitais próprios do SCP são os únicos que estão no vermelho. Logo, será a sociedade que está mais perto de preencher o conceito legal, não de falência ou falência técnica, mas de insolvência.
 
O FCP também está com sérias dificuldades para pagar dívidas vencidas. Não são dívidas que se hão-de vencer no futuro, mas dívidas vencidas … e que não pode pagar!
É por isso – e foram dirigentes seus que o afirmaram – que estão a negociar um empréstimo para pagar dívidas que se vencem agora, em 2009. Isto é, o FCP não dispõe de meios para pagar dívidas que contraiu no passado e tem de pagar agora, tendo de recorrer ao crédito e adiar para mais tarde esse pagamento!
 
Aqui há uns anos, os jornais e televisões, aí incluído o jornal “A Bola”, enchiam as páginas de parangonas e abriam noticiários com notícias de que o Benfica tinha de recorrer ao crédito para pagar dívidas vencidas!
Agora, esquecem-se convenientemente, ou colocam duas linhas de letras pequeninas, nos fundilhos interiores de alguma página!
 
É claro que também sabemos que não é só a reverencial vassalagem! É essencialmente porque FCP ou SCP não dão dinheiro a ganhar a ninguém, são pequeninos, pequeninos, não valem uma primeira página nem a abertura de um telejornal!
 
Obviamente, as dificuldades do FCP parecem muito difíceis de perceber num clube que, todos os anos, ganha dinheiro a rodos na Europa e em mais valias com a venda de jogadores!
Percebem-se, são o preço da satelização e do pagamento de influências! O FCP tem um quadro de 62 futebolistas, noticiou hoje um jornal! Quase o triplo do que precisa! Custam-lhe quase tanto os emprestados como os que trabalham na casa! A influência e o facilitismo posterior em muitos jogos com clubes satélites custa-lhe dinheiro!
Que o diga, por exemplo, o speaker do Restelo! 
 
 
 
 
3. As diatribes de Franco
 
Perante as contas apresentadas pelas SAD.s em análise, Soares Franco veio dizer:
«…somos de longe o clube com melhor futuro…»
 
Aqui há uns tempos foram aprovados pelo Sporting, em AG, uns célebres VMOC’s contra os quais, (principalmente Dias da Cunha), alguns sportinguistas se bateram duramente, dizendo, entre outras coisas, que o SCP corria grave risco de deixar de ter a maioria da SAD de futebol. E, como ainda por cima, Franco transferiu para o domínio daquela SAD de futebol a Academia de Alcochete, o SCP, acrescentava Dias da Cunha, perdia SAD de futebol e perdia Academia.
 
Aquela designação esquisita de VMOC’s parece que quer significar em concreto que a SAD de futebol pretende contrair um empréstimo obrigacionista, cada título custando 5 euro, até ao montante de 55 M€.
No fim do prazo, a SAD em questão não fará o reembolso do capital emprestado, pretendendo converter as obrigações em acções da mesma sociedade.
 
O juro até é capaz de ser atractivo mas, depois, a moeda de troca não é o dinheiro vivo que foi emprestado, são acções, tantas quantas as necessárias, pensamos, para pagar o dinheirinho emprestado. E como as acções da SAD de futebol do SCP valem um euro e pouco, quem emprestou dinheiro pode ficar abarrotado de acções!
É claro que, se o grande detentor das obrigações, no momento do resgate, for um Joaquim Oliveira, um Abramovich, um barão do petróleo ou de outras coisas, até pode ficar todo contente com o negócio!
O Sporting é que vai ver por um canudo a maioria do capital da SAD, com a sua Academia e tudo!
E Dias da Cunha tem razão!
 
Mas Soares Franco também!
Reparem que ele acrescenta esta verdade à la Palisse:
«…o seu mérito (dos VMOC.s) é de não ter de fazer o reembolso…» 
 
Pois pudera! Pedir um empréstimo e depois não ter de pagá-lo!
Assim, qualquer um pode ter um “melhor futuro”!...
 
O que Franco não diz é que não tem de pagar porque vende ... a SAD de futebol e a … Academia de Alcochete!
Isto, é, depois de vender alguns tarecos, que o Sporting ainda possuía, agora vende o bife, a febra e o coiro!
Talvez depois ainda restem alguns ossos!
 
Bom futuro, bom futuro!

"...Percebem-se, são o preço da satelização e do pagamento de influências! O FCP tem um quadro de 62 futebolistas..."
Para o recente sucesso do Porto muito tem contribuído esta política de empréstimos. Jogos facilitados, presidentes de clubes amordaçados, lesões em jogadores, antes dos jogos contra o Fc porto por explicar, etc.
Agora anunciam uma mudança de estratégia, pois a SAD azul e branca está mesmo em dificuldades. Pode ser que assim a verdade desportiva, em Portugal, melhore um bocadinho.
Abraço
Alexandre Miguel
am a 5 de Março de 2009 às 17:46

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