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Fev 09
publicado por hoogavermelho, às 16:05link do post | comentar | ver comentários (2)

De bons propósitos foi feita a campanha de Hermínio Loureiro a Presidente da Liga. Queria ele, jurava pelas alminhas, a credibilização do futebol português. E começou bem!

Permitiu-se ser comparsa de um presidente da assembleia-geral da Liga, um dos principais acusados de corromper o mesmo futebol que o (então) candidato queria credibilizar. Posteriormente, o comparsa foi condenado por crimes ligados à imundice futebolística reinante.
Com ele se elegeram presidentes de árbitros e conselheiros de disciplina para completarem o processo de “limpeza”.
Apregoou e levou à prática uma nova competição, a Taça da Liga. Queria ajudar os clubes mais “necessitados” que, com a diminuição dos jogos dos campeonatos, consequência directa do estreitamento dos quadros competitivos, ficavam semanas sem jogar e sem receber.
Vejamos então a marcha da credibilização do futebol português prometida por Hermínio Loureiro.
 
A Taça da Liga.
 
Uma competição em Portugal só tem viabilidade económica e interesse competitivo se nela se entusiasmarem os chamados grandes.
Sabendo de sobra que os dinheiros que a prova poderia render viriam praticamente da massa associativa do Sporting, FC do Porto e, muito em especial, do Benfica – de facto, o abono de família até destes comparsas também chamados “grandes” – impôs a regra da obrigatoriedade de, pelo menos, cinco jogadores que nas duas jornadas anteriores do campeonato tivessem actuado como efectivos pelas suas equipas. Esta prova é, no fundo, uma associação caritativa, cuja intenção é salvar os clubes pequenos – e falidos – à custa da caridade dos grandes, ou melhor, dos associados e adeptos dos grandes e principalmente do Benfica.
Logo no primeiro ano, as chamadas equipas grandes depressa desvalorizaram tal evento, sobrecarregadas que estavam com campeonato, jogos das competições europeias e com a chamada dos seus jogadores às várias selecções nacionais. E cumpriam a regra dos "efectivos" nos limites. A consequência foi que, bem depressa, Benfica e FC do Porto se viram livres dela e as receitas foram bem capazes de nem os custos cobrirem.
 
Para a segunda edição, fez-se novo figurino competitivo da mesma Taça, reservando lá mais para o fim os grandes e os médios clubes. Porém, a regra dos "efectivos" é quebrada sem qualquer pudor pelo FC do Porto que, no jogo contra o Setúbal, apresenta somente um efectivo.
A comunicação social, adormecida e embalada pela batotice reinante, fez pouco ou nenhum caso do assunto!
A Liga ajudou com uma interpretação a condizer. Não querendo beliscar o FC do Porto e, principalmente, o seu presidente – apesar de ambos já terem sido condenados por tentativa de corrupção – veio subverter completamente o conceito de jogador efectivo, considerando como tal o que, embora não o sendo, parece que o é! Basta que, para isso, tenha sido chamado durante um dos tais dois jogos anteriores para substituir um efectivo, embora o substituto seja, na terminologia há muito consagrada universalmente, apenas suplente. A letra da lei e o bom senso foram à vida!
A eliminação do infractor, mais a multa prevista, de acordo com o regulamentado, foi tudo um sonho de uma noite mal dormida. Os regulamentos regulamentaram-se!
 
Mas a coisa não se ficou por aqui. Regulamenta-se que um factor de desempate é o “goal average” para depois se vir apregoar e a decidir que tal expressão significava “goal difference”. Como se o legislador do regulamento não soubesse, ou não devesse saber, a distinção dos dois conceitos, tão velhinhos que eles são!
 
O Conselho de Disciplina da Liga teve o topete de condenar o FC do Porto e o seu presidente, por tentativa – um lindo eufemismo – de corrupção. Parece que a prova dos factos se deveu àquilo que foi ouvido em escutas telefónicas. Os “telefonistas” estão todos chateados, não por aquilo que disseram e fizeram, bem grave, aliás, e que não negam, mas porque não autorizaram essas escutas.
Vai daí, Pinto da Costa não gostou que o fizessem calar e não intervir de qualquer modo nos assuntos do clube de que é presidente. E, ao que parece, culpa disso Hermínio Loureiro!
Por conseguinte, vai patenteando por todos os modos e feitios a sua desconsideração por uma competição congeminada por pessoa que teve o topete de mandar a sua Comissão Disciplinar condená-lo!
Não se fica apenas pela questão dos “efectivos”! Aliás, tendo visto que Hermínio Loureiro branqueara o desrespeito por aquilo que regulamentara, telefona a Soares Franco, fazendo dele “moço de recados”, para que este anuncie à imprensa que, possivelmente, o FC do Porto não se apresentaria para disputar as meias-finais com o Sporting.
Pinto da Costa comunicou decisões tomadas pelo seu clube referentes a competições oficiais, quando está impedido de participar na vida do mesmo. Ele está proibido de falar em nome do FC do Porto, mas telefona e diz o que pretende, em nome do seu clube! E parece que toda a gente acha a coisa outra vez normal!
Será que Pinto da Costa, ao telefone, não falou?! De que forma se teria então exprimido?! Ou foi Soares Franco que inventou?! É verdade que Pinto da Costa insinuou aqui há tempos que Soares Franco, depois do almoço, não diz coisa com coisa!...
Mas parece que toda a gente acreditou que Pinto da Costa falou mesmo ao telefone com Soares Franco! E transmitiu decisões da vida do seu clube!
E de novo tudo branqueado!...
De resto, diz-se por aí que os contratos – ou alguns, ou muitos deles – dos novos jogadores do FC do Porto, adquiridos no defeso, foram assinados por Pinto da Costa e depois registados na Liga. Isto não é participar na vida do seu clube?!
 
A verdade é que há condenações … e condenações! Por exemplo, quando Luís Filipe Vieira quer contribui para a pacificação e moralização do futebol português, tal como Hermínio Loureiro prometera, indo pedir a um árbitro desculpa pública, em seu nome e em nome do Benfica, que representa, pelo comportamento vergonhoso de um adepto que ofendera e agredira esse mesmo árbitro, é punido … porque participou na vida do Benfica! Luís Filipe Vieira é punido por um gesto nobre, generoso, que revela grandeza de sentimentos! Punido por causa da credibilização prometida!
A Pinto da Costa branqueia-se os constantes atropelos que comete à sua condenação!
Luís Filipe Vieira fora condenado e estava a cumprir sanção por ter dito a verdade sobre a actuação de um árbitro que tudo fez para espoliar o Benfica de dois pontos, conforme foi depois reconhecido até por quem teve o topete de o condenar! E não ofendeu, moral ou fisicamente, esse tal árbitro!
Pinto da Costa está condenado por ter tentado (com eufemismo) corromper a verdade desportiva, ou seja, fazer batota com os resultados desportivos! E tudo se lhe branqueia, apesar de as suas participações na vida do FC do Porto ainda mais contribuírem para a descredibilização do futebol português.
 
É a credibilização do futebol português em marcha, conforme ao prometido por Hermínio Loureiro!
 
A Justiça Desportiva
 
Comecemos pelo caricato desfecho do recurso interposto pelo Belenenses para o Conselho de Justiça. Improcedente porque sofre de vício de forma. Mas se a análise tivesse recaído sobre a substância, o desfecho seria o mesmo, acrescentaram de imediato os eminentes julgadores!
Só no mundo do futebol português se assiste a estas coisas! Um julgamento virtual! Os meritíssimos avisaram com tempo que não desejavam ser mais incomodados porque já sabiam de tudo! Decidir à revelia da letra da lei e do bom senso, quando não por maquiavélicas maquinações à Gonçalo Pereira é já o que o povo que paga o futebol com a sua presença nos estádios ou junto aos ecrãs da televisão está farto de ver!
Ninguém ficou surpreendido! Nem teria que ficar! Afinal, este Conselho de Justiça também foi escolhido por Gilberto Madaíl. E o povo do futebol, o povo que é maioritariamente contra a corrupção e a imundice nele reinante, já não esperava melhor. Madaíl tem sido um dos pilares, um mandarete privilegiado e esforçado ajudante de coveiro deste pobre futebolzeco. A escolha que fez fica-lhe a condizer.
Com parceiros destes, Hermínio Loureiro também não podia ir longe!...
 
Passemos à Comissão Disciplinar da Liga e anotemos só os acontecimentos mais recentes.
Esta excelsa Comissão Disciplinar desejou, logo ao abrir do presente Campeonato, fazer novo treino de um célebre invento a que chamaram de “sumaríssimo”. Como aconteceu no passado, a cobaia é novamente um jogador do Benfica. Depois, fica refastelada e esquece o assunto. Já vai para três anos, os anos de Hermínio Loureiro à frente da Liga, que é sempre o mesmo. Faz-se um sumaríssimo por ano a um jogador do Benfica e depois os “disciplinadores” ficam “disciplinados” e de consciência “tranquila”.
 
Rodriguez, mais conhecido por “o cebola”, agride traiçoeiramente a pontapé o jogador Nuno Gomes, quando este, de costas para ele, se dirigia aos seus colegas de equipa. Ficou provado e mais do que provado em vídeo … mas um sumaríssimo já chega e, depois, “o cebola” já não é jogador do Benfica!
E para quê falar-se de Bruno Alves, que dispensa apresentações porque toda a gente o conhece bem?! É jogo sim, jogo sim, cotovelada nos queixos, nos sobrolhos, na cabeça, nos costados! São pisadelas propositadas, seja em que parte do corpo for, em adversários deitados por terra, precisamente pelas suas cotoveladas, joelhadas e patadas! Qual quê?! Nem uma amarelo para amostra! E sumaríssimos?!... Ora, já basta um e, para mais, Bruno Alves não é jogador do Benfica!
 
Mais recentemente, queixam-se a tão excelsa Comissão Disciplinar de que Nuno Gomes chamou nomes a Pedro Henriques por ele ter feito o roubo do século. Pois bem, castiga-se quem se lamentou e provou que foi roubado, porque é jogador do Benfica, deixa-se impune o delator que praticou o crime!
Katsoranis, um mês depois mas para a excelsa ainda a tempo, também é castigado por dizer a verdade, porque é jogador do Benfica e o Benfica foi roubado em dois pontos por Pedro Henriques, o "ofendido"!  
 
É a credibilização do futebol português em marcha, conforme ao prometido por Hermínio Loureiro!
 
A Arbitragem Portuguesa
 
A arbitragem portuguesa tem sido aquela corporação que mais tem desviado o público dos estádios e que mais tem incutido nas pessoas a ideia de que os campeonatos estão completamente viciados a favor do clube corrupto. Por outras palavras, o povo diz abertamente que os árbitros estão quase todos comprados!
E muitos ex-árbitros que já passaram e já fizeram o mesmo ou pior, agora livres das grilhetas e da perseguição das classificações, podiam ajudar a erradicar de vez a podridão e a fazer retornar ao futebol nacional a sua magia e a sua pureza. Nem era preciso que estivessem “limpos”, bastava que se quisessem limpar. Só que a afeição pela “fruta”, a atracção pelas viagens de férias cuja facturação contabilística “milagrosamente desvia de rumo” e os “cursos” de comentaristas de encomenda nos “donos” da informação de mordomias, são o reflexo de um matraquear do princípio “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Não há consciências “pesadas”! As “lavagens ao cérebro” cumpriram a sua missão!
 
O chefe-mor dos árbitros não diz coisa com coisa. Umas vezes, diz que a arbitragem portuguesa está no top 10, mas ela não põe os pés nos campeonatos da Europa e do Mundo e as arbitragens que faz, é o que se vê... Outras vezes aconselha as pessoas a não irem aos jogos de futebol, se não querem ver os árbitros errar. Outras vezes ainda diz que tem poucos árbitros.
Esta dos “poucos” dá que pensar! Será que os que tem já estão cansados de “fruta”, “viagens de férias”, “cafés” em casa do presidente condenado por tentativa de corrupção, nas vésperas de jogos em que é preciso poupar jogadores e ganhar na mesma?!
Ou começam a deixar de ter juízo para obedecer?!
Não acreditamos! 
 
O sistema de corrupção continua intacto e impune. Todos os anos, a esmagadora maioria dos árbitros portugueses erra praticamente sempre a favor do FC do Porto, o clube que foi condenado por tentativa de corrupção. Erra favorecendo o FC do Porto, nos jogos que este disputa. Erra desfavorecendo o adversário directo do FC do Porto, o Benfica, de modo  a afastá-lo da luta pelos título em disputa. E quanto mais depressa melhor!
O Sporting não conta. Velho aliado por força de acordo com Roquete – denunciado por João Rocha – e satélite primeiro por prática concertada dos seus dirigentes posteriores – com honrosa excepção de Dias da Cunha, arrependido após intuir a corrupção, ou eufemisticamente, tentativa dela, no parceiro que antes elogiara de seu “professor” – vai beneficiando de migalhas apelativas e fidelizantes, através de favorecimentos arbitrais de circunstância. E serve de mandarete, quando é preciso.
 
Estes erros arbitrais, de uma consistência sistemática sempre em benefício do FC do Porto e em prejuízo do Benfica, não podem considerar-se ocasionais. É estultícia pensar-se que eles são fruto do “errare humanum est”. Há erros tão grosseiros, as “coincidências” são tão repetitivas que ninguém se convence de que não há profunda viciação do jogo! Coincidência é coincidência, é caso fortuito, não é reincidência sistemática!
Ainda agora no Dragão, Pedro Proença, a um metro do lance, demonstra a sua “isenção” e assinala o penaltie mais mentiroso da história. Ele estava precisamente à espera do mergulho para marcar! Ou não estaria postado tão por perto!
 
Estamos num tempo em que nem os milhões que assistem, ao vivo ou pelas TV.s, atemorizam os árbitros! A vergonha sumiu-se e o descaramento impera! Se as conversas telefónicas sobre “fruta” e outras coisas gravíssimas são públicas, para que servem os (poucos) laivos de pudor do antigamente?!
 
Perante os sucessivos e bem direccionados escândalos da arbitragem, os responsáveis assobiam para o lado. Nada de suspeições, nada de investigações, a mando ou a pedido, internas ou externas. Os jornais, a grande maioria ligados, ou emocionalmente, ou por mordomias, ao centro da corrupção condenada, tecem loas aos vigaristas. A PGR tem muito para investigar, investiga aos soluços, parece escolher momentos predeterminados para dar impulsos, as fugas do segredo de justiça daquilo que só ela deve (devia) saber é que parecem espicaçá-la. E depois, perde-se a investigar-se a ela própria ... necessariamente!
 
Enquanto tudo isto se passa, os estádios vão estando cada dia mais vazios, os clubes falidos ou lá perto, os ordenados dos jogadores em atraso!
Hermínio Loureiro vai-se adaptando, manda tocar o cego conforme a esmola, ou seja, adapta as regras aos regentes de orquestra, finge que tudo está bem. E o lodaçal acumula-se em seu redor, a cada dia que passa!
 
É a credibilização do futebol português em marcha, conforme ao prometido por Hermínio Loureiro!

 


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